Vivemos uma forte epidemia de dengue e ter informação é o primeiro passo para vencê-la.
A epidemia de dengue que levou o governo de São Paulo a decretar estado de emergência atingiu números alarmantes este ano também em outros estados. Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Amapá também já entraram em estado de emergência. Com o decreto, os gestores públicos podem destinar recursos para combater a doença sem necessidade de licitação (ganhando agilidade) e com aporte do Ministério da Saúde.
Tipos de dengue
Atualmente, há quatro sorotipos diferentes (com distintos materiais genéticos e linhagens) em circulação no país, sendo eles nomeados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Segundo a coordenadoria de Controle de Doenças do estado de São Paulo, há uma incidência maior no estado dos tipos 1 e 2.
O tipo mais comum no Brasil é o DENV-1, considerado o mais transmissível segundo a Fundação Oswaldo Cruz, mas é também o de menor gravidade. O tipo mais perigoso é o DENV-3.
Uma pessoa contaminada por qualquer um dos tipos de dengue, ao se recuperar, fica imune àquele tipo, mas pode vir a adoecer se tiver contato com algum dos outros três tipos. Geralmente, são nesses quadros de infecção pela segunda vez, que o paciente corre o risco de desenvolver quadros mais graves da doença, sendo o pior de todas a dengue hemorrágica. Todas as faixas de idade podem ser acometidas pela dengue hemorrágica, mas os idosos são o grupo mais vulnerável devido às comorbidades, como diabetes e hipertensão.
Contágio e Sintomas
A dengue é uma doença viral causada pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. A infecção pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, podendo levar ao óbito.
Geralmente o primeiro sintoma é febre alta (39º – 40º), de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas no corpo e coceira na pele. Também pode ocorrer perda de peso, náuseas e vômitos.
Não necessariamente a pessoa infectada apresentará todos esses sintomas e, no caso da dengue hemorrágica, há dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos de mucosas, acúmulo de líquidos e irritabilidade.
O Ministério da Saúde alerta sobre a necessidade de se hidratar muito se estiver em um suposto quadro de dengue, além de procurar um posto de saúde para diagnóstico e tratamento, principalmente se tiver algum sangramento ou sintomas compatíveis com dengue hemorrágica. Atualmente, há testes que identificam com exatidão a enfermidade, possibilitando o tratamento correto.
Prevenção
A principal forma de prevenção é não ter contato com o mosquito, e para isso, é necessário atenção permanente com seus focos de reprodução, que podem ser desde pequenas poças de água até piscinas, telhas e qualquer lugar que acumule água, que é onde se estabelecem os criadouros. Até mesmo água acumulada em folhas de plantas podem servir ao mosquito.
Mosquiteiros nos berços de crianças, telas em janelas e repelentes (adequados para cada perfil de pessoa) também são recomendados, além de manter piscinas cobertas.
Vacina
A vacina contra a dengue passou a ser disponibilizada em fevereiro deste ano tanto na rede privada quanto na rede pública de saúde, mas logo entrou em falta devido à alta demanda. A prioridade está sendo o abastecimento do Sistema Público de Saúde (SUS). Pessoas de 4 a 60 anos podem se vacinar. No SUS, a campanha teve início para público de 10 a 14 anos (faixa etária com mais hospitalizações) nos municípios avaliados como mais críticos. A vacinação será gradual de acordo com a disponibilidade do imunizante.
Ainda pelo SUS, a vacina será aplicada apenas em 521 municípios das regiões que possuírem pelo menos um município com mais de 100 mil habitantes; alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024; maior predominância do sorotipo 2 do vírus da dengue (DENV-2). Essa limitação, hoje, se deve à baixa capacidade de produção do laboratório. Gestantes, lactantes, pessoas alérgicas a um dos componentes da vacina e imunossuprimidos não devem se vacinar.
Cuide-se
Por enquanto, a vacina é escassa e disponível a poucos. Precisamos estar atentos aos criadouros e nos prevenirmos. A ação coletiva é que reduzirá a capacidade de proliferação do mosquito.
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O melhor seguro é a prevenção. Continue contando conosco!